QUIMERA
Não sei se em teu apreço ,
Te aguardo em quimera.
Ou se tantas luas goram
O meu jeito de entoar.
Não sei se emudeço,
Ou lanço em esmera
Se rijo no compasso,
Ou decido malograr.
É que rios turbulentos
Desaguam em minhas veias
Leviatãs e sucuris,
Devoram-me no mar.
É que decolo mil ventos,
Costuro bilhões de meias ,
Pouso em áreas pueris,
Com sapatos a calçar.
É que deixo sentimentos
De figuras tão feias,
Dominar até Paris,
Para Torres lá quebrar.
Não sei se em teu egresso,
Tu pintas uma fera,
Ou inspira Michelangelo
Com teu modo de falar.
Mas sei que em recesso
Que é o tanto que espero,
Guardarei como tesouro,
Esse modo de te amar.