PRANTO
Calo-me!
Já não sei o que pensar,
ou, se ainda penso
neste sofrido trajeto.
Não existe um estímulo,
tudo foge ao meu alcance,
não consigo dissipar
este momento triste,
sem sentido e difícil.
Não sei explicar,
todo este emaranhado de coisas,
esta vontade de chorar...
Também não sei
a razão de querer me ausentar,
de entregar-me nos braços da solidão.
Procuro vasculhar intensamente
o motivo,
mas, somente
o vácuo consigo encontrar.
E, quando o encontro,
concentro-me em suas profundezas,
sem medir as conseqüências.
Não sei mais aonde me agarrar,
para me salvar,
se nada existe à minha volta,
que comigo pareça se preocupar.
Diviso o além muito
próximo,
e, às vezes, sinto
sua suavidade penetrar-me
pela porta do coração.
Busco junto ao infinito
uma solução,
que possa levar-me a usufruir
as iguarias da paz.
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