DESAMAR
E agora que estou só
Qual um vira lata na esquina
Ser sozinho é como estrada sem pó
É como um carro sem gasolina...
E agora vejo rostos ancestrais
Vejo roupas nos varais
Estendidas gotas caem sem alarde
E viram limos de saudade...
E tudo muda a todo momento
Assim o vento e seu movimento
Nada é eterno tudo é contração
Como o trabalhador mais incansável, o coração!
A pior sensação que temos nesta vida
É a de não podermos trazer de volta
Aquilo que perdemos nesta lida no viço
Mais pior que isso que esta gólgota
É não sabermos se ainda nos encontraremos
Num futuro próximo de onde estaremos
De nos perdermos num novo sumiço!!!
Não existe o depois já extinto
É uma arapuca que nós humanos inventamos
Quando silenciosamente abrimos os olhos famintos
É qual a rolha que de nada vale o seu valor
Depois de aberta a garrafa envelhecida do vinho tinto
Depois conheci uma mulher outro patamar
Cujo olhar que no meu se esbarra
Descobri que não haviam pupilas em seu olhar
Mas sim um código de barras...
Sigo sozinho é mais salutar
As vezes tentamos conseguir
Aquilo que não vale a pena lutar
Até chegar a hora de se dividir...
É melhor somar até se diminuir qual gota no mar...