LETRAS DE SANGUE
Que o meu amor te leve onde tens segredos,
E neles coloque todos os teus prazeres.
Sendo eu o teu maior devaneio interrupto,
Quando sei que admirável é o sagrado de teu templo.
Não quero a mudez do teu sorriso,
Quanto ao querer e ao desejar!
Sois aquela que puxa-me para a luminosidade,
Enquanto me perco, descendo as escadarias da escuridão.
E numa noite como esta,
Que eu esteja sempre em tua mente!
Como uma utopia que leva-me até você,
Se inteirando no teu essencial a oferecer.
Irresistivelmente, és a deusa de minha alma,
E a inspiração para que minha existência esteja em paz.
E colocarias, de antemão, em minha boca, com um só toque,
Uma verdade dita por ti, e um beijo longo e seu.
Queria desfrutar mais uma vez,
Dos olhos doces que me conjuras!
Dos cabelos molhados que ainda não vi,
E o encanto do teu serenar, invadindo meu corpo,
Agora, tão distante, quanto um verso que não escrevi.
E as letras de sangue,
Com que tenho tentado,
A todo custo a deixá-las sem definir,
Para que venhas segurar o meu cálice,
Quando as gotas do papel vier a cair.
Imaculada sois, será?
Uma liberdade preservada no tempo?
A fábula não contada dos antepassados?
Ou a mulher que somente vem a sorrir!
Eis o nascer de um sol!
Eis a noite suspicaz!
E eu atraído por um jeito inexplicável,
Que lanças para dentro do meu ocultismo.
Permaneces intacta desde o instante!
Com que teus lábios, aos meus, me dissipa,
Constantemente, transpassando o que já não possuo,
A mensagem inesperada, que dirias para mim.
Poema n.3.062/ n.33 de 2024.