Roçar dos veludos do tempo

Eu sinto o gosto salgado

de meu coração a escorrer pela face.

Os laivos cintilantes de fogo tremeluziram a dor

enquanto a boca se despia na nudez do poema.

 

Beleza, amor e vulnerabilidade?

É o que roça a alma sozinha e frágil

em meio à solidão da madrugada.

 

É a emoção da entrega sim.

Onde cada palavra deixa fluir um rio de sentimentos

que encontram seu caminho até o coração do amado.

 

E nesta dança íntima

entre nossas almas conectadas pelo amor

me dispo em palavras, com as portas da alma

transbordando amor, ternura e a saudade

que desce em cachoeiras

como pontos de luzes afogueados de amor.

 

Quero me encontrar nos teus olhos,

pois o amor continua a fluir

como um rio que nunca se esgota.

 

E o poema veste o sentimento

no roçar dos veludos do tempo,

nas ternuras das auroras enevoadas de Sol

e de fulgurantes lamparinas de emoções. 

 

Poema e foto: