ÁZIMO
Pão e vinho, e palavras.
Um poema
amiúde engasga.
O tapinha
nas costas cai feito hóstia.
Confesso
que nunca foi fácil.
O tempo
é áspero com os afetos.
Minha pena
é uma rosa-do-deserto
à espera
do orvalho — Tua lembrança? Um alívio.
Pão ázimo
dado à folha
onde relato.
Livra-me do
pecado das flores
não dadas,
se consagro meus poemas ao teu convívio.