Nau Desgovernada de Sonhos

Quanto tempo, quanto tempo

andei nos subterrâneos das loucuras,

sem saber o que era paz,

sem buscar serenidade,

testando meus extremos,

deslizando chamas

nos galhos secos

e quebradiços da alma?

 

Ah! Se tivessem lábios

os caliches do tempo

ou se abrissem a boca

as texturas da noite,

as águas pretéritas

de meus pra dentro... Ah!

 

Sou essa Nau

Desgovernada de Sonhos,

esse turbilhão desprendido

de naufrágios interiores,

que despenca estrelas dos olhos

enquanto desenha infinitos

para o porvir de nossos pés

ansiosos por oásis puros

de abraços e beijos de luz... 

 

Poema e Foto: