O LAMENTO DE CECÍLIA

A gota que brilha em teus olhos, Cecília,

É lágrima sofrida de paixão perdida

Num dia distante em que tu, distraída,

Ficavas sozinha e nem percebias.

O amor que hoje choras, Cecília,

Ria de ti enquanto sorrias,

Levava os dias enquanto vivias

Acreditando ganhar enquanto perdias.

O adeus está atrasado,

O amor jaz no passado,

A dor é o que resta presente.

Já é tarde, Cecília, para lamentos.

Não há unguentos, nem mais, nem menos:

Não perdemos o que já não temos.