Sob o sol...
Amanhece, e logo o sol distribui seus raios pelas janelas.
Os preguiçosos olhos vão se abrindo devagarinho para o saudar.
Os ponteiros do relógio se intercalam entre uma frenética dança e uma vagarosa caminhada. Assim, neste transcorrer, chega então a hora da noite nascer.
Mas antes que a Lua desfile todo seu deslumbre, o Sol vai se aconchegando no mar, se escondendo até que as águas o cubram.
Na praia, a solidão se abraça a espectadora, e assiste junto a ela todo esse espetáculo.
Dia após dia, o show se reinicia, e ali sob o mesmo céu, sozinha, ela permanece. E o desejo de ser par esmurra a alma feito quem bate em porta trancada.
Felizmente, o estático se ausenta da vida, e assim os rearranjos ganham “permissão” para florescerem.
O calendário perde e ganha folhinhas, e o novo vem, trazendo consigo aquele que preenche o lugar quase impreenchível.
De repente, o par de íris ganha um par, o intenso azul desfaz o gris olhar.
E o capítulo que antes era esmaecido, em arco-íris se faz, ao show da vida é acrescida uma nova emoção.
O Sol novamente se despede, e se aconchega no mar. E a atenção dos passantes se divide entre sua despedida, e o amor que diante deles também inicia sua cena.