- Vejo o vulto que em tua janela repousa!

Pelas ruas onde a luz declina,

Onde a noite se insinua e domina,

Vejo o vulto que em tua janela repousa,

Um retrato da beleza que em mim se entrosa.

Na rua onde moras, meu coração caminha,

Entre sombras e anseios, tua presença brilha.

Através do vidro, vejo-te, ó musa encantadora,

Um desejo desperta, uma chama que agora

Queima em mim, ansioso por tua voz,

Uma conversa que transforma o silêncio em algo atroz.

Teu vulto, eis bela até na penumbra,

Uma miragem que em minha alma zumbra.

E assim, a noite se tece, meu começo é envolto,

No manto do desejo, no fio mais solto.

Que nossas palavras se entrelacem, suaves e serenas,

Num diálogo que acalenta, como brisas amenas.

Pelos recantos da rua onde teu lar repousa,

Caminho, sonhando, na esperança que ousa.

E ao vislumbrar teu vulto, minha noite é serena,

Pois contigo, até no silêncio, a vida se amena.

================================

LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 03/04/2024
Código do texto: T8033642
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.