RECANTO DAS ALMAS
Do muito que eu te quis,
Eu me fiz para ter-te um instante,
E nele é que me consumir de verbetes,
Somente com a intenção de ver-te novamente.
O insano e o insensato de tudo,
Foi ter na mente e no corpo,
Os resquícios de um olhar perdido,
Mas que talvez, tenha encontrado em ti,
O recanto das almas que me dará sustento.
A ânsia de uma partida,
Trouxe na minha imperfeição,
O que de mais terno vi em teus olhos,
E a mágica que não tenho em mim.
Queria eu, que o momento congelasse!
Isso, na esperança de que não terminasse,
O entrelaçar das virtudes que tens, e que,
Subitamente vens, a dar-me sem nada saber.
És tão linda e pura, quanto os raios de sol,
O brilhar da lua, e a tentação do pecado,
Exposto com tamanha desenvoltura,
Em detalhes, nos versos medievais de um poema.
Quando percebi que saíste,
Tive que pensar freneticamente,
E em dez segundos me decidi,
Que o melhor era esperar-te assim,
Do lado de fora do meu consciente.
O certo poderia dar errado,
E o mundo, por sua vez, se acabado,
Contudo, valeu a pena o calor da manhã,
Nestes escritos que eu havia te endereçado.
Manifestou-se às melhores canções de óperas,
Dos quais interagiram com a minha pele.
E o que poderá suceder, de agora,
É a resposta que não compete a gente!
Mas fico com teu sorriso envolvente,
A voz que ecoa nas catedrais humanas,
Num doce sabor de todas as lembranças.
Poema n.3.056/ n.27 de 2024.