FLORES DO CAMPO
Eles foram insensatos
Pisotearam nossos caminhos
Mas há ainda uma esperança
Que um dia poderemos
Mudar nossos rumos
E quebrar a ordem imposta por eles
Naquele ritual que só eles sabem fazer.
Então saberemos nos vingar
Com muita classe e elegância
Subiremos novamente ao pódio
E falaremos de batalhas frustradas
Como marcas de nossa vitória
Ao longo da caminhada.
Eles derramarão muitas lágrimas
Escondidas em seus rostos de dragões
Eles se arrependerão do que fizeram conosco
E nos pedirão perdão
Porém, sorriremos satisfeitos
De sermos persistentes na luta
Por um mundo muito melhor.
As flores do campo se abrirão
Os pássaros cantarão em revoadas
Perseguiremos a justiça e a paz
Ao longo de nossa estrada
E faremos o que for melhor para todos
Nesta longa caminhada.
Ainda faremos qualquer coisa
Que um dia nos possa ajudar
Fatalmente debruçaremos nos olhares
Para as águas cristalinas do mar
Brindaremos com muito louvor
Nossa vitória com emoção
Tiraremos toda a dor
Que colocaram em nossos corações
O brilho de nossa natureza
Espelhará pelo mundo inteiro
E reconhecerão nossa grandeza
Tornando-nos os primeiros.
Ah! Quantas falas em jornais
Quantas entrevistas em televisão
Sobre as coisas mais naturais
Que conquistaram a multidão.
Daremos a volta por cima
Enquanto a água passa por debaixo da ponte
Montaremos outro belo clima
E nos tornaremos muito importantes,
Por mais que eles continuem hipócritas e mentirosos,
Seremos o sal da terra em todo o tempo e lugar.
Rondonópolis - MT, 1997.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Programa de Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da UFR. É coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense, membro efetivo da Academia Rononopolitana de Letras e possui vários livros e artigos publicados.