Seu Cavaleiro
Ás vezes
Me distraio
Olhando pro nada
Mergulhado em memórias
Daqueles lindos
Momentos de glórias
Do nosso namoro
Entre beijos e abraços
N'algum abrigo de chuva
No meio do outono
Após o entardecer
Daí volto a superfície
Estás deitada ao meu lado
Olho-te dormindo
Doce e serenamente
Em suspiros lentos
Na madrugada fria
Daí subitamente
Cubro-te até os pés
Com um abraço suave
Ternamente me despeço
E seu perfume
Acalenta e surge
Ponte invisível
Entre nós e nós
Emaranhados fios
De amores tecidos
Nestes suaves lençois
Mesmo quando saem
Ficam sucitando
Minhas saudades
Olho pro teto
Contemplo o Espaço
Com todas as perguntas
Aqueles "por quês"
Será que mereço
Tamanha ternura
E amor sem preço
Dada Graça Divina
Que assiste de cima
Procurando algo além
No crepuscular horizonte
Amanheceu de repente
E mesmo assim diante
Das dificuldades da vida
Ecoando como um canto
Com violoncelo e piano
Como parte do Plano
Tomo um banho
Preparo-me em perfumes
Visto aquela roupa
Que faz sentir-me novo
Pilotando minha moto
Chego aí novamente
Tal qual seu cavaleiro
Destemido e almejante
Por teu abraço cativante
E nossos beijos amantes
Estendo-te a mão
Cavalgas comigo
Nestas estradas de Minas
Subimos montanhas
Para ver o Mar de Nuvens
Abraçados enamorados
Como nos velhos tempos
Num pôr-do-Sol
Com arrebol de outono