"Meus Olhos" = Poesia de Amor Oftalmológico=
Meus olhos
Selecionam
Observam
Reparam
Meus olhos
Não param
Meus olhos
Se arregalam
Às vezes
Até falam
Ou
Indiferentes
Se calam
Meus olhos
Me trazem
Alegria
Tristeza
também
Se eles
Não vêem
A figura
Do meu bem
Meus olhos
Não são
Janelas
De minha alma
As minhas
Retinas
Se fazem
Cortinas
Quando preciso
Meus olhos
Me fazem
Perder
O juízo
Perder a cabeça
Mas
Às vezes
É preciso
Que isso
Aconteça
Pra vida
Vibrar
Meus olhos
São preciosos
Têm
Muito bem
A expressão
Certa
Às vezes
Fingidos
Mostram-se
Distraídos
Mas estão
Alertas
Às vezes
Se enternecem
Entristecem
Umedecem
Vendo
As coisas do
Mundo
Um ato
de amor
Profundo
Uma
Tristeza
Imensa
Choram
Lacrimejam
Ardem
De dor
De saudade
De repente
De amor
De vontade
De te olhar
Novamente
Em um dia qualquer de maio de 1982.