SIMPLESMENTE AMAR
Nesse instante sinto uma relíquia do bem-estar social
Em quase tudo que vejo, mas vejo que há uma escuridão
Por traz da cortina de fumaça que ofusca o passo seguinte...
O problema está por ser resolvido e o filósofo Sócrates
Disse-me que Carlos Drummond de Andrade é um
Mineirinho que leva a mineiridade por onde
Anda e ainda se orgulha disso, mas eu ainda busco
Entender cada palavra inventada pela circunstância
Da vida que possibilita um pensar meio
Maluco por nada além do nada ausente de tudo.
Aqui embaixo vejo as nuvens formando a chuva no céu.
Daqui vejo outros parâmetros a serem comparados
E fico meio assustado com tantas diferenças do/no andar
Que até arrisco dizer que nem vale a pena tentar
Ser um pouco diferente nesse mundo tão decente
Onde não há alternativas a não ser chorar
Por vermos coisas terríveis acontecendo
De tristeza estamos morrendo
Sem poder nem reclamar.
Não reclamo e vivo triste
A tristeza toma conta do olhar
Por aqui o que existe
É um sonho por sonhar
E a alegria de se viver
Outro tempo passante
Que parece nem passar
Por tamanha angústia
Que a vida parece desejar
A cada um de nós que queremos
Apenas expressar
O sentimento mais belo
Que é simplesmente amar.
Riachão – MA, 2013.
Aires José Pereira é professor do curso de Geografia e do Programa de Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da UFR. É coautor do Hino Oficial de Rondonópolis, membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense, membro efetivo da Academia Rononopolitana de Letras e possui vários livros e artigos publicados.