ÊXTASE DE AMOR!
Contrito como quem reza um terço...
Embevecido na candura tua...
Carícias ternas na tua pele teço...
Lúbrico recitais sob a luz da lua.
Sensualidade que evola de nós...
Beijos orvalhando-te tão sutis....
Roucos gemidos escapam da voz...
Beijos que bailam feito colibris.
Te envolvo com o olhar em flor...
Sussurro no teu ouvido todo amoroso...
Palavras obscenas a provocar calor...
Me encanta tanto teu olhar dengoso...
Num longo beijo lhe possuo então...
Aprofundo viril em tuas entranhas...
Crava-me as unhas louca de tesão...
Dentro de ti faço artimanhas.
Dança sensual no encaixe perfeito...
Livres transcendemos o que é finito...
Desfalecemos juntos no desfeito leito...
Ah! O amor da gente é tão bonito!
Equinócio de beija-flor no cerne
Buscando melífero alimento
Deixando que o bico hiberne
Delicado no úmido aposento
Sépalas e beija-flor - himeneu
Papa-mel em sucção
Eriçados carpelos - gineceu
Extasiado na floração
Sutis e incisivas adentradas
Sedutoras e langues investidas
Sépalas sentindo-se molhadas
Beija-flor em doces lambidas
Em tua pele alva rabiscos...
Roçar de pétalas em beijos...
Tua cálida rosa chuviscos...
Olhos de inequívocos desejos!
Perpasso cada nuance da tez...
Desprendes doces gemidos...
Vou poetando tua bela nudez...
Versos lubricamente tecidos.
Estrofes entrecortadas de ais...
Na obra que aos poucos se desenha...
E vou poetando mais e mais...
Inspiração que nos recônditos embrenha!
E tu vais enluarada e tão linda...
Correspondendo em doces espasmos...
Até que o poema finalmente finda...
Na profusão de transcendentes orgasmos!