O QUE MEU CORPO NÃO TE NEGA

Poderias retribuir a mim,

Num instante em que me ofereço?

Quando de pronto entreguei-me por verbetes,

Dos quais eu me fiz inteiramente a ti?

E cada vez mais, quero aproximar-me,

Doar-me sem rupturas em delírios!

Como a manifestação de tudo o que é poético,

Sentindo aqui dentro, a súbita vontade inexplicável,

De enxugar teu lacrimejar com os meus beijos,

E enrolar-te toda em meus contentos.

Se regressares com uma resposta,

Serão como promessas não vãs!

E posso-me perpetuar, talvez, na sua história,

Rasgando a veste invisível que me cobre.

Sois a inspiração primária,

Vindo de um jeito todo inesperado.

Uma tempestade que nunca se calma,

Fazendo-me querer ser quem está do seu lado.

A vida é um certo deserto,

Onde recuso-me andar.

Isso, pelo fato de ser desconexo,

O modo de sentir o céu a te tocar.

É improvável, minhas concepções,

De que virás como venho a sonhar e,

Nisso, só vislumbro tua ternura existente,

Da alma que não queres vir a me dar.

Tens que vir e tomar conta de mim,

Quando ninguém pode mais ver-me!

Pois, pouco a pouco vou desaparecendo,

E na areia, somente pegadas serão deixadas.

Parece que viciei-me em conhecer-te,

Da maneira que um poeta chega e aprende!

Dorme em meus braços infinitamente,

Onde o meu silêncio é ter-te para sempre,

Apoderando de tua boca a estar semicerrada,

Para descobrir o que nela de substância se esconde,

Na intencionalidade de despertar, o que meu corpo não te nega.

Poema n.3.053/ n.234 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 23/03/2024
Código do texto: T8026225
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