Os Mármores do Sofrimento
Na vastidão dos labirintos da existência,
O perdão é como um fio tênue, frágil e hesitante,
Tecendo-se lentamente no âmago da consciência,
Entre os espinhos da culpa e do desencanto.
O recomeço, miragem no deserto da alma,
É uma busca incessante por redenção,
Onde os passos vacilantes clamam por calma,
Numa dança sombria de dor e contrição.
O amor, ópio dos corações desgarrados,
Desperta a dopamina em êxtase insano,
Mas no abismo da paixão, somos naufragados,
Em um mar de ilusões, onde habita o ego humano.
Nos contatos, entre as máscaras que vestimos,
Em casamentos arranjados pelo destino cruel,
Os sentimentos mudam, como ventos que seguem,
E nos perdemos na neblina do falso véu.
Coisas ruins acontecem, sombras que nos assombram,
E quem irá nos salvar nos momentos de dor?
É na solidão que a alma se encontra e se transforma,
No embate com os demônios que a vida nos traz a rigor.
O tempo, mestre implacável, nos ensina a ver,
Nos mostra as cicatrizes que moldam nossa essência,
E revela, nos mármores do sofrimento, quem há de ser,
Os verdadeiros guardiões da nossa sobrevivência.