Os Mármores do Sofrimento

Na vastidão dos labirintos da existência,

O perdão é como um fio tênue, frágil e hesitante,

Tecendo-se lentamente no âmago da consciência,

Entre os espinhos da culpa e do desencanto.

O recomeço, miragem no deserto da alma,

É uma busca incessante por redenção,

Onde os passos vacilantes clamam por calma,

Numa dança sombria de dor e contrição.

O amor, ópio dos corações desgarrados,

Desperta a dopamina em êxtase insano,

Mas no abismo da paixão, somos naufragados,

Em um mar de ilusões, onde habita o ego humano.

Nos contatos, entre as máscaras que vestimos,

Em casamentos arranjados pelo destino cruel,

Os sentimentos mudam, como ventos que seguem,

E nos perdemos na neblina do falso véu.

Coisas ruins acontecem, sombras que nos assombram,

E quem irá nos salvar nos momentos de dor?

É na solidão que a alma se encontra e se transforma,

No embate com os demônios que a vida nos traz a rigor.

O tempo, mestre implacável, nos ensina a ver,

Nos mostra as cicatrizes que moldam nossa essência,

E revela, nos mármores do sofrimento, quem há de ser,

Os verdadeiros guardiões da nossa sobrevivência.

Apolomodel
Enviado por Apolomodel em 23/03/2024
Reeditado em 23/03/2024
Código do texto: T8026198
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