Medo da chuva
Eu que parei de ter medo da chuva há muito tempo,
tenho dúvidas de momento,
receios de segundos
e curiosidades de horas…
De ver
De descobrir
De desvendar
De escutar
Histórias que nem sei se existem, mas estão ali… me olhando, fixamente.
Às vezes de forma dura; outrora, suavemente…
Às vezes.
Eu que não tenho mais medo de andar na chuva, me pego pensando…
Criando,
Vislumbrando Itinerários por onde aqueles olhos olharam… e viram
Presenciaram,
gravaram na memória...
Aqueles mesmo olhos que me fitam, tão atenciosamente.
E eu, que não tenho medo de andar na chuva,
tenho medo de querer descobrir o que aquele olhar significa…
Dizem que é medo do desconhecido… não sei…
Acho que aqueles olhares já viram tantas coisas grandes…
Tantas coisas grandes que, eu, apesar de não ter medo de andar na chuva, não sei de sou tão grande assim…
Porque apesar de não ter medo de andar na chuva, ainda tenho tanto caminho para andar;
Tanta estrada para achar…
Tanto vislumbre para vislumbrar…
Logo eu que não tenho medo de andar na chuva,
Estou com medo de ser filmada por esse olhar, que grava,
marca,
julga,
se expõe… me expõe,
me despe e me reveste de sua.