Amor Próprio
Em noite escura, onde a alma clama,
Um homem solitário, em triste chama,
Sua esposa, fria, distante se faz,
E a amiga tentadora, em sedução jaz.
Ele, firme, com pés no chão arraigados,
Entre o afeto negado e os desejos ousados,
Luta na tormenta da paixão e da dor,
Buscando o caminho que lhe traga o fulgor.
Na sombra densa, perdido em desalento,
Busca a luz que rompa o manto cinzento,
Persiste em sua jornada, coração em luta,
Para encontrar a esperança, ainda que seja oculta.
E no final do túnel, enfim, vislumbra,
Um raio tímido que o coração adumba,
A luz da aceitação própria, da verdade,
Que o liberta da angústia, da dualidade.
Assim, ergue-se o homem, renascido,
Das cinzas do conflito, agora despido,
Deixando para trás o fardo do desejo,
Encontra a paz, no amor próprio, seu ensejo.