INSUCESSO NO AMOR


As minhas letras desordenadas,
Palavras e orações certificadas,
Frases de convicções extrapoladas,
Passaram-se nos tempos as ilusões.

Contigo não obtive nenhuma ventura,
E minha voz não vibrou no feliz-amor,
Fugiu na obscuridade minha ternura,
Desenganado na blandícia de censuras.

Talvez, como um exame caótico,
Proferir e não articulei sem pensar,
Doces elevações de meigas juras,
Publicando em teus olhos te amar.

A tua supremacia me fez ignóbil,
Sem artes de não mais pronunciar,
O cupido estampido improferível,
Bocejando atos sem poder acariciar.

Na catafasia dos sentimentos rasgados,
Dentre muitas listras de tuas injúrias,
Banhando a minha razão expectorada,
Desprotegido, insano e muito apaixonado.

Não sou ínfimo como tu pensas,
Não sou desprezível como tu dizes,
Esbravejo nesta pior hora daqui escapar,
Expandindo minha alma par`outro lugar,

Não pertences ao meu grande universo,
E tão pouco o meu monossílabo corpo,
Não sofrerei nestas quadras de meus versos,
De um amor cheio de insucesso e perverso.

Outros jardins me esperam com flores,
Nas enseadas das auroras para bradar,
A chegada do rei do amor em clamores,
Olvidando a negreja daquele desafeto pra festejar.

(D.R.A)
ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 02/12/2005
Reeditado em 10/04/2006
Código do texto: T80231
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