Voz que ainda soa macio
Quando em nós renasce
Uma chama quase extinta
Na espera que o tempo voltasse
Que os destinos se cruzassem
Aliviando o amargor da vida
Quem não se surpreende
Ao ouvir uma voz do passado
Passado pré adolescente
Que viajou com a gente
No peito bem camuflado
Era uma voz que fazia
A gente ter arrepios
Que tanto bem nos trazia
Voz que dá nostalgia
Que preenche os vazios
E na voz um sentimento
Já quase desfalecido
Dos melhores momentos
Que estacionaram no tempo
Por que não dizer adormecido.
Pena que que as circunstâncias
Hoje sejam desproporcionais
Que não estamos mais na infância
Daí, morrem certas esperanças
Porque jovem já não sou mais.
Talvez uma lágrima role
neste rosto envelhecido
Pois sei que o destino é esnobe
Une, separa e foge
Como um canalha atrevido
Me atrevi a dizer o quanto
escondi está saudade
Cheguei chamar o destino de monstro,
Nos levar um pra cada canto
Pois achei nisto maldade
Mas enxugo a lágrima e me contento
Com sua voz já me sacio
Que, por Deus,eu compreendo
Não mudou nem com o tempo
Ainda Me Soa macio.
Ladislau Floriano