A Floresta Mensageira

No começo tudo era incolor

Cabia em uma gota

Depois vieram as corredeiras

Correntes de genes se expandindo

Até que os ventos abençoados deram seu toque

Trouxeram o Amor, eterno milagre

Em açúcar e sal

E no romper da névoa

Um verde surgiu, meio tímido

Assim a primeira montanha foi se revelando

E sobre ela, olhos e pés, milhares...

Com nomes e seus pensamentos

Tudo natural

Em harmonia

Abraço de asas e raízes

Neve e calor

Sabedoria e espera

Tons foram sobressaindo a cada giro delas...

Das saias das sagradas noites e manhãs

E foi decidido

Pela augusta majestade da História

A missão de cada mestre angelical

Palacetes e suas colunas foram crescendo

Fadas guardiãs se aproximaram de raios

Choque entre fogo e ar

E dessa energia surgiu ancestral poder

Fizeram-se então herdeiras da luz

Dos troféus e bastidores

Divinas e multiplicadas

Vidas vestidas de destino

Aos sonhos, a concessão

Para as lutas, vitórias

Em cada folha uma casa

Em cada voo uma esperança

Catedrais de bonança

Abrigo e amparo

Deslumbrantes fizeram o nascer da persistência

Seres fortes, grandes sementes

Eclodindo o nobre ovo da Mãe Terra

Assinando as sentenças

Nos segundos o futuro está

Tecendo e protegendo o Bem

Com orgulho e temperança

Está a árvore que nunca fenece

Seduzindo as estrelas que para sempre guiarão

Seja para Sul e Norte, Leste e Oeste

Contos cardeais que sim...

Vieram da mesma nascente

Únicos e iguais, inspirados

Peregrinos inseparáveis

Que no céu encontram conclusão

O livro da caminhada aos poucos surge

Escrito e ilustrado sem medo ou rancor

Todas as estradas estão boas e abertas

Ante o aparecimento de poderoso grão

Haverá mistério nesse fruto do além

Ele, elevado ao perfeito degrau da paz

Ele, que é pétala e exemplo de um novo rio

Criatura gloriosa, sempre aprendiz

Viajante entre ilhas e navios

Ignorando soberbas

Acolhendo aplausos

E abraços...

Ah... O soberano abraço dos olímpicos...

O presente sem máculas ou adeus

Beijando em seu âmago mágicos princípios

Graciosos e sagazes instrumentos

Sobre as belezas do passado

Tudo foi dito até aqui...

E pode ser despertado

Novamente

Pelas mãos certas, as suas

Com a memória exata

Brinque, dente-de-leão

É sua certeza real, sua festa

Encontre os versos que marcam sua epopeia

Faça seu rito, ouse

Cante seus sonhos

Preencha o mundo

Heroico, silvestre e veloz

Abra seus braços e coração

E seja imensamente feliz!!!

Ana Luiza Lettiere Correa
Enviado por Ana Luiza Lettiere Correa em 17/03/2024
Código do texto: T8021520
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