MENINA MÍSTICA

A chuva fina começa lavar o meu rosto, e,

Tudo passa a estar em evidência,

Quando sinto a sede inexplicável,

De enxugar, de certa maneira tuas lágrimas.

Prendeste-me em tua essência,

Mesmo sem eu saber quem és.

Diante de qualquer beleza sua,

Não finjo, não nego, nem me entrego,

Mas sou tentado a todo instante.

Às vezes, dá-me a impressão de estares tão longe,

E posso até imaginar-te sendo deveras solícita,

Manifestando em si, a linguagem que carregas,

Para dares a mim, a loucura distorcida.

Em teu mistério, o brilho dos olhos!

E nos lábios secretos, o tempo que me encobre.

E no êxtase de todas as minhas manhãs,

Tenho tua ternura que o conservas, e não me descobres.

Passei e vi-te labutando assentada,

Olhar no que tens a sempre a fazer.

Instigante, viras-te para tal porta de vidro,

E eu estava a contemplar, definitivamente, você.

Com a cabeça, sinalizei-te e,

Da mesma forma fizeste para eu entender,

Que ali, estavas como a “menina mística”,

Do qual, eu nem poderia a alma, sequer, viver.

Ah, e este sorriso devorador?!

Delirante e inocente até entorpecer?

Serei, eu, escravo da escrita, ou,

Um mero aprendiz do que trazes em teu peito?

Sois refulgente inteiramente,

O sentido do poema contido num livro.

O transformar de minha confusa mente!

Então, se não puder dizer-me alguma coisa,

Não tende, de forma nenhuma, proferir nada.

Só basta o encanto dos elfos da floresta,

As ondas dos mares das regiões da Grécia,

E a mitologia que construí em volta de ti.

Poema n.3.052/ n.23 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 16/03/2024
Código do texto: T8021199
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