MENINA MÍSTICA
A chuva fina começa lavar o meu rosto, e,
Tudo passa a estar em evidência,
Quando sinto a sede inexplicável,
De enxugar, de certa maneira tuas lágrimas.
Prendeste-me em tua essência,
Mesmo sem eu saber quem és.
Diante de qualquer beleza sua,
Não finjo, não nego, nem me entrego,
Mas sou tentado a todo instante.
Às vezes, dá-me a impressão de estares tão longe,
E posso até imaginar-te sendo deveras solícita,
Manifestando em si, a linguagem que carregas,
Para dares a mim, a loucura distorcida.
Em teu mistério, o brilho dos olhos!
E nos lábios secretos, o tempo que me encobre.
E no êxtase de todas as minhas manhãs,
Tenho tua ternura que o conservas, e não me descobres.
Passei e vi-te labutando assentada,
Olhar no que tens a sempre a fazer.
Instigante, viras-te para tal porta de vidro,
E eu estava a contemplar, definitivamente, você.
Com a cabeça, sinalizei-te e,
Da mesma forma fizeste para eu entender,
Que ali, estavas como a “menina mística”,
Do qual, eu nem poderia a alma, sequer, viver.
Ah, e este sorriso devorador?!
Delirante e inocente até entorpecer?
Serei, eu, escravo da escrita, ou,
Um mero aprendiz do que trazes em teu peito?
Sois refulgente inteiramente,
O sentido do poema contido num livro.
O transformar de minha confusa mente!
Então, se não puder dizer-me alguma coisa,
Não tende, de forma nenhuma, proferir nada.
Só basta o encanto dos elfos da floresta,
As ondas dos mares das regiões da Grécia,
E a mitologia que construí em volta de ti.
Poema n.3.052/ n.23 de 2024.