Resquícios de memória
Lembras de mim?
Há em teu peito algum resquício de memória
Que lhe afague, sem firula e sem demora,
Quando sentes-te sozinha?
Pois se não há, eu lhe envio um balde cheio
Das memorias, dos momentos... dos apelos,
Das tuas frases favoritas, das tuas vidas nao vividas
Com o que eu perdi de mim
Lembra... lembra não porque eu quero que tu sofras,
Lembra sim que as vivências não são poucas
E só há nós dois no mundo pra provar
Lembra que lembrar também não é meu forte
Lembra também que não sou de contar com a sorte
--então é azar que ainda me faz rememorar?
Não... pode até ser que seja uma ferida aberta
Pino no osso que lateja quando inverna
Mas o sustenta e o deixa no lugar.