AMOR IMPOSSÍVEL

Sabe meu amor...

Às vezes me imagino,

Andando pelas ruas

Como um solitário menino.

Deixando-me levar...

Pelas luzes da cidade.

Querendo achar um motivo

Para essa tal insanidade.

Esse amor impossível...

Que me faz renascer.

É provável, é sentido,

E triste é o meu padecer.

Nas paredes, eu te vejo...

Uma aparição sem sentido.

Amor de fato, amor sublime,

Um sentimento desmedido.

Sinto a sua insensatez...

Povoando a minha mente,

Mas, é tanta a alegria,

Amá-la tão docemente.

Quem dera pudesse revelar...

O que meu coração sente.

Mas não quero, eu não devo,

Seria condenado, um demente.

Expor a minha condição...

De homem-menino, assim,

Amando-te loucamente,

Desejando o teu amor, por fim.

Procurando a tua boca,

Com total sofreguidão,

Amando-te como nunca...

Louco e sedento de paixão.

Januária/MG, 18 de outubro de 1980.