Encontro
Entre o perfume que anda pela casa,
Meu coração bate forte no esconderijo da noite
Esperando teu cheiro dentro de um vestido de seda.
Meu tempo, é despedida de um dia tranqüilo
Que deixa saudade de tua boca, doces lábios, vermelhos, lascivos.
E ainda espero olhando pela janela
Que passes num caminhar flutuante como bolhas ao vento.
Um fremido, um sussurro, um cochilo e um despertar
Próximo da hora morna, do amor calado.
Somente me convida a passear sem demora
Pelo caminho curvado do teu corpo
E me sacia o desejo, com o beijo, com o jeito que me encanta.
Encontro-a dançando a dança do alvorecer
Com remelexo mexendo comigo,
Fazendo castigo pelos meus olhos atrevidos e ávidos
Que não se movem, só admiram e me levam
Para o paraíso que a volúpia do teu corpo
Colado no meu pode oferecer.
Leito de amor, esconderijo que apazigua a dor
Que se esvai diante de ti.
Entre a cortina e o silêncio,
Sou objeto, sou a perca, o encontro,
Sou tuas mãos macias em mim.