Encontro

Entre o perfume que anda pela casa,

Meu coração bate forte no esconderijo da noite

Esperando teu cheiro dentro de um vestido de seda.

Meu tempo, é despedida de um dia tranqüilo

Que deixa saudade de tua boca, doces lábios, vermelhos, lascivos.

E ainda espero olhando pela janela

Que passes num caminhar flutuante como bolhas ao vento.

Um fremido, um sussurro, um cochilo e um despertar

Próximo da hora morna, do amor calado.

Somente me convida a passear sem demora

Pelo caminho curvado do teu corpo

E me sacia o desejo, com o beijo, com o jeito que me encanta.

Encontro-a dançando a dança do alvorecer

Com remelexo mexendo comigo,

Fazendo castigo pelos meus olhos atrevidos e ávidos

Que não se movem, só admiram e me levam

Para o paraíso que a volúpia do teu corpo

Colado no meu pode oferecer.

Leito de amor, esconderijo que apazigua a dor

Que se esvai diante de ti.

Entre a cortina e o silêncio,

Sou objeto, sou a perca, o encontro,

Sou tuas mãos macias em mim.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 03/01/2008
Código do texto: T801766