Alvo mais que a neve!

Ah, Senhor Jesus...

O mar rebenta perante o universo todas as minhas lágrimas,

silente oração que prenuncia o caos

do silêncio que gritou em mim

todo o desespero de quem,

alheio à vida,

se esqueceu no próprio esquecimento

de quem se achou em completa escuridão.

Prazeres, estações,

arrogância matinal

expressa na madrugada

desenfreada à procura

de alguma voz,

de alguma vez,

coração despedaçado

pelo caos do pecado.

Enquanto se viu.

Enquanto se via...

Funeral certo ao findar a penumbra dos becos.

Estatística lúgubre na ponta do cigarro que tremula sobre o jornal de amanhã.

Mas a Ti pertence o amanhã...

Cordeiro Santo de Deus!

Ah, meu Amor mais belo,

meu cântico primeiro e derradeiro,

minhas lágrimas te expõem em meus versos,

mas não são meus, Majestade,

são teus suspiros de AMOR

que me fazem silenciar

toda ansiedade

de toda humanidade caída,

contida em mim,

para que meus olhos

contemplem a beleza daquela cruz cruel,

o mistério daquele suspiro divinal.

Ah, meu Senhor Jesus,

o espelho me revela a tua promessa manifesta em mim:

Estou livre de mim, meu Amado,

pois o teu sangue me lavou por completo.

Alvo mais que a neve!

"Mas onde abundou o pecado, superabundou a GRAÇA!"

Romanos 5:13