QUANDO OS POLENS FLUTUAM...
Da janela, azul, entreaberta
Os três girassóis no vaso de cristal
Vislumbram as nuances e o silêncio
Do arrebol de inverno,
Enquanto, as pétalas tecem
Um surreal laço
Qual compasso – prelúdio
De uma ancestral dança...
Encanta-me esta cumplicidade
Entre os tons de amarelo,
E o flutuar dos polens
Refletidos
No fugaz espelho d’água
Contidos no antigo vaso:
Ao alcance do olhar
Que acaricia
Etéreos traços, círculos, texturas -
Sutil pátina de Monet
Em uma pétala, toda a essência
De um campo florido...