Encontro
Deixe-me te abraçar
Fazer-te uma valsa
Destruir suas dores, pois elas me fazem cair
Deixe-me ensinar-te a nadar
Onde não são precisos convites
Esqueça minhas infelizes ideias
Sou alma bebê e anciã
Dupla e desafiante
Ainda tola e bandida, mas em peregrinação
Nossos caminhos não são fáceis
Mas a felicidade já é eterna
Venha para meus reinos
Descubra que eles são, em toda verdade, seus
Vales e castelos
Você os construiu, lindos, sem perceber
São lugares onde as musas te fazem senhor
E mesmo com um manto a nos separar...
Ouço teu canto e posso voar
Estamos em harmonia
Pois nossas árvores sempre viverão...
Aqui e acolá
O tempo passará por nós
Nos fecundando com sua sabedoria
O destino é precioso
Ele nos faz sintonizar místicas estações
Primavera de espelhos e cores a explodir
Verão que acalora e clareia
Outono a balançar e levar
Inverno, recanto, recado, recato, regato
Você, de mim, sempre terá uma letra...
Quando mais precisar, artesão
Sou uma voz
Que te cerca e admira
Meu orgulho certas vezes me faz pecar
A saudade me golpeia
E a distância que eu mesma decreto fica assim...
Arrancando pedaços
Dessa minha alma de laços e cetins
Estou em um palco onde me olham, dissecam
Desde desertos até os jardins
As mensagens vem a cada dia
São amontoados de minutos
Profundos, prósperos
Insuflados pela urgência das cataratas
De cansaços e conquistas
Sou fada errante
Que falha por minha própria sentença
Das luas, sou nova
Ainda discípula
De lampejos ocultos e promissores
Qual o futuro de uma elemental apaixonada?
Pergunto aos guardiões
Quero ser presente, não problema
Mas não há resposta para o que antes nunca aconteceu
Devo eu mesma garimpar
Preciso lembrar
Que somos a própria face da natureza
Apenas eu posso decifrar, tudo e tanto
E é então que preciso abduzir-me
Partirei
Deixando sob sua fronha uma flor
Alva
Pinte suas pétalas
Com toda inspiração que desejar
E proteja-a, amor meu
Ela é meu afago e desejo
E acredite em mim... Eis aí meu último pedido
Porque não estou fugindo de novo
Nunca mais o farei
Apenas sigo uma missão
Me farei renascida, mesmo invisível
Onde temos borboletas sobre os ombros
Onde elas leem, tranquilas, nossos diários
Descartando as desigualdades
Para alimentar as nascentes e encantamentos
E depois disso, deixemos as horas escoarem
Enquanto vamos cirandando com estrelas...
Você e eu