Fios de Esperança e Desespero

Depois de tantos anos me escondendo em mim, sob uma casca grossa e quebrada, no fundo de uma raiz quase que inseparavel da minha mente , perdida em devaneios enloquecedores , agarrando-me a um único fio de esperança que seu amor me trazia, de paz e calmaria. Mesmo estando submersa pelo medo e rodeada pela vergonha, seu amor ainda era real e tangível. Mas quando você se foi, o último fio foi cortado.

Sobraram apenas os outros sentimentos que sempre me acompanharam, a dor e amargura ainda reconheciam a casa que nunca deixou de ser delas. Minha pele parece manchada pelos momentos de amor, minha voz parece ter o timbre da sua cantora preferida. A chuva não molha meu cabelo, pois somente seu suor era capaz de provocar esse efeito mesmo em dias de sol pleno.

Vou tentar novamente encontrar outro amparo, outro fio, mas quando ele arrebentar, espero que não leve junto o fio da morte.

Peço perdão pelo trecho dramático, mas é assim que me sinto quando aquilo que não me pertence se vai e não fica nem mesmo o que era para ser meu. Ainda não aprendi a ser minha e a amar minhas feridas para curar essas rachaduras.

Então me amarro a uma tentativa falha de alegria e amor para buscar felicidade.

P.S.: A culpa sempre foi minha por não me curar de uma dor e me jogar em outra.

MICHELE MONTEIRO
Enviado por MICHELE MONTEIRO em 17/02/2024
Código do texto: T8001001
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.