OLHAR MATREIRO
Digo que vens como uma força,
A luz plena que me faz pensar!
Uma certeza que me devora,
Quando não tenho com que sonhar.
Muitas vezes eu me engano,
Procurando em ti, o abrigo,
Mas, não consigo encontrar,
Por que, então, será?
Sois a manifestação de tudo o que é simbólico,
Deixando-me desconfortável a qualquer hora,
Sem limite, e querendo para sempre teu rosto tocar,
Numa constância, a qual não aspiro nem lembrar.
De onde vem esse tempo da verdade,
Onde o olhar matreiro, vem pra mim despertar?
Sou como um espírito, que em tua carne,
Que de antemão, vem se fazer e consagrar.
Como uma fúria tão violenta,
Diante de ti, indefensável, passo a estar.
Entre desejos e vontades,
Vai amanhecer, e sei que não poderás ficar.
Queria, pois, tomar posse de quem és,
Numa voracidade, tão intensa que,
Romanticamente, necessito expressivamente,
O prazer absoluto de contra meu corpo te puxar,
E de teus lábios, o sabor provar, e num instante, te amar!
Por entre os mundos teus,
É atrás dos montes que nasces,
Já que ao adentrar-te, posso ver a mim,
Como seu amante, um personagem.
Ao qual, sentados nas campinas,
Estamos a contemplar os mares e,
Bebendo um vinho chardonnay,
Encorpados e com textura cremosa,
Ficaríamos sensíveis ao encararmos,
Na leitura, a qual nos aproxima,
Mediante ao nosso ofegar,
Mesmo que seja tão longe,
A nossa razão filosófica de se conjurar.
Poema n.3.044/ n.15 de 2024.