Florada
O tempo então só me gritou verdades
Algumas não vi, outras esqueci
E me habitam também aquelas...
As que ecoam nas profundezas de meu espírito
Estou envolta pelo universo
Chego a este enredo no abraço de uma graúna
Ainda estou aprendendo, respeitando
Quando estiver completa os céus dirão...
Sem pressa, prazos ou enganos
Meus passos percorrem a floresta, cautelosos e fascinados
Das terras que nos fizeram trago as flores na alma
Desdobram-se aqueles sorrisos e sedução
Indiferentes se em castelos ou taperas
São sempre brancas luas crescentes
A desabrochar os saberes
Dos mundos entre sertões e mares
Ah, sim...
Os rios continuarão correndo, fiéis e valentes
Compreendendo nossas torrentes de sonhos
Cometas imortais seguem sua trajetória
E os planetas dançam, mansos na epopeia de olhares
Tudo que é certo precisa ser
É inevitável
Trago também comigo a capa que alguém me emprestou
Para destruir febre ou frio
Invisíveis ou não, viemos da mesma poeira
Seguimos nessa linha que Deus nos ditou
Seu arco apontou para o alto e acertou nosso âmago
Causando efeitos em nossas constelações
Me fazendo te reconhecer, quebrando conceitos
Olho as raízes de nossa jornada
Elas entrelaçam em outras mil
Estamos em sagrada união onde mágoa e morte inexistem
Os séculos gritam e me causam insônia
Me perguntam se conseguirei chegar
É tarde e escuro agora para desistir
Tropeço, sangro para provar da vida
Fico bem, novamente tenho a chave comigo
Posso escolher...
Qual porta?
Índios, professores, gigantes
Cada escolha uma sentença
Estou descalça, escolho aquela que coroa você
Agora estou no grande salão
Você é belo, sempre foi e será
Me deixe ficar, mais um pouco
Eu só vou aplaudir
E tudo mais é música
Somos assim
Crianças diante das vontades de um semeador
Sem farpas, luvas ou dúvidas
A fantasia se fará...
Somos constantes e também passageiros
Estamos aqui construindo as bases e os espelhos da eternidade
Com a batuta que gera luz, vento e bondade