Observa, moleque!
Observa, moleque!
Enquanto a vida
se escorre por entre ladeiras
e fantasias de sempre,
enquanto a marcha segue
endeusada em si mesma
rumo ao fúnebre feriado das almas,
pormenorizado ritual festivo
dos que à procura de alguma paz
se deixam enredar em oceanos
de engano, de promessas vazias,
o barro machucado,
o solo ensanguentado,
o verso embriagado
na penumbra das cinzas que se recolhem,
o pó que ao pó se apressa em tornar,
a visão embaçada
pela fumaça dos que se
entregam ao óbito de tanto sonho.
Eis o coro de tantos irmãos
enlutados no esquecimento de irmãos tantos.
Segue o passo.
Segue a dor.
Cordões umbilicais segregados
por cordões previamente pecuniários.
Simplesmente se esvai...
Mas lá na cruz, vergonhosa e rude cruz: ELE VENCEU!
Por que choras, moleque?!
Há flores belas naquele jardim,
há a Glória do Deus vivo naquele jardim,
há vestes novas no sangue do Cordeiro,
sim, veredas de arrependimento e
singeleza dos que se encantam
ante o (único) AMOR que te livra dos
teus desejos e te despertam à VIDA
que não pode ser acorrentada pelo
desígnio deste mundo vil.
O sol da Justiça que nasce em meio à total escuridão!
Observa, moleque...
O abraço do Pai!