Mágica
A alma escorre pela noite, translúcida e macia
A tapeçaria da manhã convida a um brinde
A quimera está feita enquanto o teu café acolhe
E num segundo toda solidão foi derrotada
O tempo passa
As palavras não envelhecem...
Elas frutificam
Estão a proteger o amor
Abra suas mãos e as aceite, aqui, agora
Sei que a loucura tenta derrotar a vida
Mas a arte está a zelar pelos bons e inocentes
Venha então pomo sagrado
Perfume o beijo dos que não se esquecem
E dos que se perdoam faça eternidade
As flores que os povos originaram estão assim
Vivas e fortes subjugando os desafios
Quero ver fogos e danças...
Correr riscos, brincar...
Quero a voz...
Ela, a dos sadios pensamentos
Se recusando a abandonar as cantigas
O Bem sabe o que lhe pertence
Nesse reino sou plebeia lançando para o céu toda grinalda
Venha vento forte e sedutor...
Mostre-nos os caminhos, o olhar, a verdade
Seja o soberano desse tempo que ergui para meu enluarado
Que a saudade de minha inspiração se converta em paz
Sabe... Eu vejo asas
Sinto as metáforas dos guardiões
Estou aos pés dos que desenham destinos
Em rios e lírios iluminados
As borboletas dizem que estamos prontos...
Que o feliz salto precisa ser agora...
Que a imperfeição que existe em mim um dia se findará
Confio e escapo das dores nessa imensidão de prismas
Belos e puros cordéis devo ofertar
Aplacando a distância
E os mestres nos acompanham e corrigem
São muito mais do que testemunhas
Ah... Nos dias pelos quais viemos
Conhecemos deuses e foliões
Precisamos de energia para transcender montanhas e oceanos
Mesmo assim...
Seremos ainda mais lançados nesse mapa estranho e mutável
Querido meu, não se assuste...
Escolha minha melhor versão
E me abrace num sopro
Pois nunca perderemos o fio vital
Um sorriso basta e não seremos mais pálidos
Somos um, escalando muralhas
Sabendo e fazendo
As centelhas de benção e criação
Oscilando entre neve e sol
Mágicos então entre estrelas e orações