Dúvida Eterna A Me Queimar
Me perco nesse tempo
Me perco e me prendo neste espaço
Será eu em parte fruto desta Santa Maria?
Tão dura, cimentada, apertada, abafada, sórdida cidade essa onde tantos passam e poucos ficam?
Seria eu diferente se estivesse em Passo Fundo, Uruguaiana, Pelotas ou Ijuí?
Seria eu de ser outra pessoa se não tivesse crescido na bela e venenosa Tupanciretã?
Tão errado eu era, que produzia risos maldosos
Tão errado eu era que precisei me desfazer a marretadas
Mudei de endereço, me afundei nas músicas, nos filmes, nos livros e na dor de viver
Tantos me exaltam
Tantos me creem louco, ou canalha
Que importa?
Eu ainda posso escrever
E ainda posso chorar
FODER NA MESA E COMER NA CAMA
Ainda me resta um pouco de diversão
Se a vida é sofrimento e lapsos de alegria eu vivo
Apesar de ateu me pergunto se aqui é o inferno
Apesar de cético pergunto se esse é o fim
Me vejo belo e idiota quando ingênuo
Me vejo bruto e sagaz quando duvido
Quando que irá eu me conhecer?