(Dialogando com o poema "VERTIGEM..." do Poet Ha, Abilio Machado)

[...]

pelas vielas, ruelas

e becos do cais!

Do alto do monte

o rei inerte grita

minha vez passou

E agora quem é que vai?

O sacrifício se faz hora

e é voraz..."

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Nas noites de lua cheia

capturo meus fantasmas

eu... eu não fujo. Domino.

Já basta a vida inteira.

Mas as noites refugadas

correm sim, escapando

não as retorno, as deixo...

são livres... tal como eu.

Ando, a cabeça erguida,

pois nada tenho a temer

dedilho letras assumidas

e minha vez é firme.

Em meu canto pacato

não há grito, e sim, riso

quero a luta, mas heroica

e que me cantem hinos.

Vedes como estou?

estou bem, né não?

vejo afeto em sinais

meras onomatopeias!

Ah! minha alma exala,

um gosto de maresia

um cheiro de alecrim,

seriam meros insights?

E minha vez não passa

minha imagem, sólida

e meu eu, poderoso.

Vago nas madrugadas.

Onde tudo é mistério,

vertendo gotas de orvalho

ressurgindo pelas manhãs

em agônicos raios de sol.