À SALA VAZIA DE VOZES...
Anoitece...
Vento estival -
Da janela entreaberta
Observo à sala vazia de vozes,
Mas repleta de sonhos
Aquietados em sobrepostas teias:
No espaldar da cadeira,
Unindo os cacos pontiagudos
De um espelho quebrado
Majestosas teias
Tecidas por atemporal Aracne
Sonolentas e empoeiradas linhas;
Espalhadas partituras -
Estendidas e alongadas
Figuras geométricas...
Enquanto, ao som dos sinos de vento
Despeço-me, pensando em ti...
Fica a nostalgia - reticente
Imóveis grãos de areia...
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https://www.youtube.com/watch?v=SI-5Zoo4uL4