Perdoa-me, meu bem!
perdoa os tantos excessos
que eu cometi deslumbrado
na ânsia de ter só pra mim
perdoa os sabidos silêncios
quando murmurava teu nome
pra evitar que o soubessem
e, assim, chamassem por ti
perdoa minhas artimanhas
ao lamber pele e entranhas
e provocar, afora, repulsão
à minha baba vertida de ti
perdoa os caminhos tortos
e a bússola desmagnetizada
pra demandar outros passos
tornando a viagem mais longa
perdoa as sombras nutridas
e o não te olhar de tão perto
pra vagar, distante espectro
e contemplar só toda tua luz
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 05/02/24 –