HELENA
Disseram-me os pássaros que beijaste as flores!
Roubei-as! Há de revelar, a açucena,
O gosto dos lábios de Helena...
E a rosa, entre rubores, há de revelar os ardores...
Fala! Vento, brisa, aragem...
A palavra sussurrada - A que tanto preciso!
Que verso me trará a láurea d´um sorriso?
Faltou-me de Perseu, a coragem!
Fossem ao menos Teus olhos duas gemas
Opalas, turmalinas, olhares de todas as Helenas
O resgate de um Rei pela volúpia...
Mas ah! Pobre cometa errante
Que flagrou Teu olhar e se sentiu gigante
Esquecido dos versos tolos, e da mão distendida à rúpia!
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Observação
1 - “resgate de um Rei” - Se refere simbolicamente a um “tesouro”, “algo de valor muito alto”
2 - “cometa errante” - Se refere ao escritor do texto
3 - “rúpia” - Antiga moeda de prata da Pérsia