O Lobo e a Lua
A noite cai em silêncio,
A Lua jaz resplandecente e misteriosa,
Sob um véu branco,
Silhueta de mulher.
Criaturas notívagas estão à espreita.
O predador entrega-se, porém,
Ao flamejante sentimento dos mortais,
Ao olor da fêmea.
A brisa faz-se mensageira
Do clamor sinestésico.
A fera faz-se amante,
Leva consigo,
No olhar ígneo,
O lume de Chandra.
Do corpo,
Errante, ofegante,
Exala-se a paixão,
Em fortes urros,
Até entregar-se
Ao lusco-fusco,
Em que parte a deusa amada.