VERSO IMPRÓPRIO

Proferir que sem você, não há nada!

É andar pela madrugada, enfrentando o mundo,

Somente para não te esquecer, nem mesmo,

Querer em um segundo, vir a te perder.

As páginas que o tempo amarelou,

Ainda deixou traços que só eu sei porque,

Mas, tento de todas as maneiras, tencionar,

Entender, o que se passa dentro mim,

Quando eu desperto-me por tanto prazer:

Ei! Me diz, o que eu devo então fazer?

Invoco a inspiração ou busco as lembranças,

Intrínsecas, das quais nem consigo me mexer.

De uma vez, fala-me:-Como irei viver? Ou até sobreviver?

Se nada é o que parece ser, mas eu anseio em contigo,

Sentir os momentos que de antemão, não irei ter.

Manifestação simbólica me atira à cama!

E convicto, de que o conflito me rasga as costas,

Como se minhas asas fossem removidas,

Para não permitir-me voar sem temer.

No apogeu do rosto teu que ilumina,

Das vestimentas com que enxergo que vistas,

Contemplo um pouco do meu imenso desespero,

Dado a noite que recai sobre minha insônia.

Forças superiores prendem-me aqui,

Num complexo de quem sou, em contraponto.

De quem eu me fiz! Onde te revelas sacrossanta,

Vindo em minha direção, a cantar para me ajudar a seguir…

Nisso, imagino-te num verso impróprio:

Deitada de camisola ao algum lugar,

Com uma perna esticada e a outra a balançar,

Tendo seus braços ao lado do corpo, e,

Os olhos abrindo aos poucos para examinar,

A presença nítida de que eu esteja a aguardar-te,

E desta forma, pondo-te a soerguer, as escadarias,

Vens com desenvoltura, simplesmente a descer!

Eis que teus lábios molhados de batom, semicerrados,

Executas vontades, as quais queres, a muito me envolver,

No obstante, isso seja a contraversão do real amanhecer.

Poema n.3.040/ n.11 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 02/02/2024
Código do texto: T7990497
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