VERSO IMPRÓPRIO
Proferir que sem você, não há nada!
É andar pela madrugada, enfrentando o mundo,
Somente para não te esquecer, nem mesmo,
Querer em um segundo, vir a te perder.
As páginas que o tempo amarelou,
Ainda deixou traços que só eu sei porque,
Mas, tento de todas as maneiras, tencionar,
Entender, o que se passa dentro mim,
Quando eu desperto-me por tanto prazer:
Ei! Me diz, o que eu devo então fazer?
Invoco a inspiração ou busco as lembranças,
Intrínsecas, das quais nem consigo me mexer.
De uma vez, fala-me:-Como irei viver? Ou até sobreviver?
Se nada é o que parece ser, mas eu anseio em contigo,
Sentir os momentos que de antemão, não irei ter.
Manifestação simbólica me atira à cama!
E convicto, de que o conflito me rasga as costas,
Como se minhas asas fossem removidas,
Para não permitir-me voar sem temer.
No apogeu do rosto teu que ilumina,
Das vestimentas com que enxergo que vistas,
Contemplo um pouco do meu imenso desespero,
Dado a noite que recai sobre minha insônia.
Forças superiores prendem-me aqui,
Num complexo de quem sou, em contraponto.
De quem eu me fiz! Onde te revelas sacrossanta,
Vindo em minha direção, a cantar para me ajudar a seguir…
Nisso, imagino-te num verso impróprio:
Deitada de camisola ao algum lugar,
Com uma perna esticada e a outra a balançar,
Tendo seus braços ao lado do corpo, e,
Os olhos abrindo aos poucos para examinar,
A presença nítida de que eu esteja a aguardar-te,
E desta forma, pondo-te a soerguer, as escadarias,
Vens com desenvoltura, simplesmente a descer!
Eis que teus lábios molhados de batom, semicerrados,
Executas vontades, as quais queres, a muito me envolver,
No obstante, isso seja a contraversão do real amanhecer.
Poema n.3.040/ n.11 de 2024.