ADAGA IMORTAL

Como a água que eu bebo, suor que transpiro,

Sois os segredos atemporais que eu sinto.

A guardiã do meu mundo invisível,

Andando por aí com o vermelho e tons,

Das vestes, das quais tanto quero e preciso.

A marca tão física e espiritual,

Que chega a banhar minha paz!

Impronunciável, vens em pensamento,

Mas percebo ser um oráculo de Delfos.

Insano, enlouquece!

No panteão de Deuses.

Entretanto, sei que deitada contra meu peito,

Se um dia, porventura, estiveres, então,

Resoluta, por trás do oculto, assim,

Estarás, para um paradoxo memorial.

Cuja minhas intensidades,

São de tê-la abraçando meu corpo e,

Provando da minha boca a essência,

Do qual, farei-te me conhecer, e tu, faria-me,

Ver em ti, parte de tudo que ainda sois.

Ah, esta dita coerência!

Vem a ser a transparência da luz,

O que tange as virtudes de um poeta entregue,

Ao sacrilégio de tentar ao menos amar.

Indo na profundidade, onde a dor se esconde,

Enxergando, o lugar nenhum da fonte,

Que transborda sons do mar existente,

Quando pensa-se ser o timbre da tua voz.

Questiono-me, se és uma viajante do tempo,

Ou se apenas um ser mítico, que não entendo?

Não sei se tornas-te mais exasperante, porém,

Entre mortos e perdidos num submundo inexpressivo,

São teus olhos, a luxúria de todos os meus atos,

Transpassado em mim, como uma adaga imortal.

Lembrar-te-ei, sem que me peças isto,

Como forma de ter-te, num futuro distante,

Quando a própria sombra não mais viver,

Para separar-nos em outros devaneios perenes.

Poema n.3.039/ n.10 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 31/01/2024
Código do texto: T7988908
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