Tentações de um poeta
Ao amanhecer me vi sozinho
a beleza da noite foi provocativa, surreal.
Raios solares me acordou
numa manhã lívida de outono.
Meu lado apenas a solidão
a casa vazia
o quarto vazio
vazio minha alma.
Ao amanhecer estava eu só
sem você
O idílio desse momento me atormentava
por qual razão tu me deixaste?
A ardência de nosso momento
elevou as temperaturas da terra.
As taças de vinho jogadas ao chão
nossas roupas espalhadas
teu aroma impregnado em minha pele
nas fronhas, no lençol, no ar.
Por que me deixaste sozinho, amor?
estou a enlouquecer sem sua essência maior,
sem sua alma, sem seu corpo, seu viver,
a arte crucial de seus beijos, seu olhar infinitamente
ardente de ternura.
Ao amanhecer me vi sozinho.
Mas, não!
Fostes comprar leite, morangos e pão.
Fostes até a esquina comprar alimento
e eu enlouquecendo de medo
por não ter te visto ao meu lado... Que vergonha!
Chegaste bela, irradiante, sofismada em encantamento.
E retornamos ao apogeu lascivo de pecado e febril
tentação em nossas vidas de amantes exaltados e infantis.