Conversa íntima

Posso ver, em teu olhar, que ainda conservas

o ar sereno das noites de conversas,

nas quais nós, entre sonhos sobre as relvas,

usávamos palavras como servas

de um reino só nosso, país distante,

que só nós compreendemos e explicamos.

Ainda tens em tua alma diletante

as mesmas questões sobre onde nós vamos

depois que toda esta festa acabar.

A festa de ilusões perdidas que,

como se não existíssemos, em par,

dançamos sem nem mesmo perceber

ou muito menos, aqui, pertencer

a tudo o que tão perto nos rodeia.

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