RELÉS ARTISTA II
ARTISTA
Talvez eu seja em um ou dois versos, quase um poeta.
Seja quem sabe um bom amante, quando de forma ordinária beijo teus, lábios e derreto os teus olhos de safira em minhas chamas tentadoras.
Talvez eu me veja quase um músico tocando de forma sedutora teus seios, teus anseios, nas pontas dos dedos como em um piano.
Talvez eu me sinta o tal pintor quando sem pudor te deixo nua, pinto teu quadro a luz da lua, atenuado de cores vibrantes, tua pele doce se faz avermelhada num instante que minha mão te alcança como um pincel, e da cor do vinho deixo teu riso, em descarado tom de safadeza.
Talvez como um oleiro molda o barro, vou modelando o pensamento em cada posição que te coloco, minhas mãos descem e sobem como se fossem palha de palmeira ao vento, contorcendo o vaso que é meu.
moldando o prazer em razão do desejo usando-se do líquido jorrado do teu corpo.
Talvez eu seja como um artesão louco em batida, em casa entalhe, transformando o prazer divino em alvoroço, construo um belo cálice para receber todo líquido que vem de mim, para que se derrame das bordas até os pés da taça nobre e bela
Como flores na janela paisagem, tênue que te revelas, sou teu artista teu menino.