ENSAIO SOBRE A FELICIDADE
Felicidade é a sagacidade da alma,
Reflexo de efêmeros momentos, vividos ou imaginados,
Que traz em si referências de sofrimentos, decepções.
Invencionice, ardil para arrefecer corações dilacerados,
E atua como um bálsamo, na tentativa de alívio!
Mas é sentimento estéril, ineficaz, superficial,
Apenas um alívio para sentirmos prazeres fugazes.
Nada duradouro, nada eterno, só uma fração de tempo.
Retalhos de tempo: se remendados, uma colcha de ilusões,
Soltos, um pensamento relâmpago, um soluço, um fungar choroso,
Uma alma na escuridão em busca de luz, para chegar ao céu!
Até quando a luz brilha, quando o amor se apaga?
Como se apaga um amor verdadeiro, que não usa a luz,
Nem para aplacar seus sofrimentos na noite, ou ofuscar sua dor no dia?
Felicidade, onde estás, onde a coloquei? Não me lembro mais,
Nem sei se um dia a conheci, se foi minha amiga,
Se é a causa de tudo, ou o fim de tudo, pois, sem encontrá-la,
Jamais saberei se trará o sol para a minha vida, ou mais escuridão,
Tudo o que eu não preciso e não desejo! Continuarei a busca insana,
Para encontrá-la, senti-la e experimentar a grande surpresa.
Surpresa? Detesto surpresas!
Surpresas... ufa!