Aos poucos, ele vai se perdendo
No topo do teu pescoço, perto da orelha, tinha um aroma
que me fazia querer encostar o nariz
e ficar ali, respirando tua pele.
Acolhia-me.
Bem no meio do peito, havia essência de abraço, afetuoso e apertado.
Aconchegava-me.
A partir do Svadisthiana os olores se concentravam
e dali se espalhavam,
conduzindo os meus desejos.
Subjugava-me.
A conjunção de tudo se traduzia numa fragrância única: o teu cheiro.
Quando te fostes, ele ficou comigo, por muitos dias ainda.
Fez-me companhia.
Consolou-me e desolou-me a alma.
E foi partindo aos poucos, como quem se despede relutantemente.
De vez em quando me visita os sentidos,
impregnado que ficou,
nas memórias que guardei...