FLORES DE FERRO
No amor, onde o impossível é desejado,
Duas almas femininas, em ardente paixão,
Encontraram-se, num mundo oculto e guardado,
Mas há preconceito, cruel e sem perdão.
Numa sociedade que não compreende,
O amor que floresce entre corpos iguais,
Elas vivem em silêncio, o medo as ofende,
Dos olhares julgadores, dos lábios tão mortais.
Nos olhos uma chama, tão pura e intensa,
Nos lábios, o desejo que clama por liberdade,
Mas a sombra do medo as afasta da crença,
De que um amor verdadeiro possa ter felicidade.
Oh, triste sina! Quanta dor e saudade,
Do amor que não pode ser vivido plenamente,
Presas nas grades da intolerância e maldade,
Elas sofrem caladas, amando secretamente.
Mas o amor não se curva diante do preconceito,
Ele é livre e poderoso, não se deixa aprisionar,
Um dia, quem sabe, o mundo será perfeito,
E elas poderão juntas, seu amor celebrar.
Até lá, que sejam fortes, e não desanimem,
A luta pela igualdade é um caminho árduo,
Mas o amor verdadeiro nunca se elimine,
Pois ele é eterno e sempre encontra o seu viúvo.
Que o tempo traga mudanças e esperança,
Que o amor seja livre, sem barreiras ou amarras,
E que um dia, enfim, a sociedade alcança,
O entendimento de que o amor não tem fronteiras.