mundo novo, é agouro: eu fujo

Voltei,

não tendo ido a lugar algum

Mesmo que eu nunca esteja aqui.

É

Eu sou uma incongruência lógica,

um inconveniente pouco prático

Eu vou e volto

e você me olha no fundo dos olhos

Procurando neles pista mísera do que te digo

A quem bem diga meus pesares

E nos alhures e algures

inexiste no primeiro e no segundo

se torna realidade crua e me toca

não importa quanto eu fuja

Procuras

no brilho da lágrima que flui afora

Aflora a supérflua de motivo "superfícios"

Fictícios.

E vaza e corre e some

Tu e ela

na procura dos motivos do teu correr

E bem me ame, mal me diga

Não me chame, se procuras rastro de culpa

Infame derrame dispendioso, eu dispenso

É agouro

Não, não me ame em teu chamado, acalentado

Numa voz que se entremeia ao embargo da razão

E dela logo larga as mãos e em retrospecto

Se retroativa e mantém o teu ciúme

Esse teu medo.

Estampado, o meu segredo?

Voltei aqui, mesmo que nesse objeto simbólico

Representativo de espaço no agora

Eu mesmo estivesse, colocado

Bem aqui

Mesmo que acerca do motivo que procuras

Não o encontre a vista, na matéria rente a mim

Bem aqui, e esse objeto próprio

Representativo de mim mesmo para sempre

E só serei eu mesmo,

Tendo você

Por isso volto e não me vou

Sempre estou, meu bem querer

Carlos Lana
Enviado por Carlos Lana em 20/01/2024
Reeditado em 02/02/2024
Código do texto: T7980978
Classificação de conteúdo: seguro
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